quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

The perfect dress...

Uma amiga disse-me em relação a esta imagem: "Essa cidade fica-te bem!" Ao que eu respondi que também eu "ficava bem" nesta cidade!!!

Sim, porque esta cidade é como um vestido de veludo preto comprido, com um decote em V e sem costas, que eu uso sobre a pele como uma carícia, enquanto bebo uma taça de Perrier Jouët, olhando de uma varanda uma praça quadrada com o meu jardim...

E porque certos sítios são mais do que queridos... São nossos, desde há quanto tempo não sabemos, e serão nossos sempre, mesmo que percamos essa consciência...

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Sair do armário...

Após mais de duas décadas a tentar reprimir o meu verdadeiro eu, é chegada a hora de me assumir publicamente!

Pois é! A verdade, por muito chocante que possa ser, é que eu gosto dos ABBA!!! Ou não fosse eu, nascida (tal como a música) em 1976, uma verdadeira "Dancing Queen"!

Enjoy!!!


quinta-feira, 7 de agosto de 2008

Lipoaspiração...

Frequentemente tenho medo... Medo dos outros, medo de mim, medo de ter, medo de não ter, medo até do escuro e da claridade imensa. Medo da tristeza, medo da solidão, medo da fome, medo da morte, medo do frio, medo do calor, medo de desapontar, medo do medo...

Quando somos crianças é muito fácil admitir esse medo e agir em função dele. Refugiamo-nos no colo, na cama, nas pernas ou nos braços dos nossos pais, autênticos baluartes contra o medo. Agora que ainda não sou, mas se dependesse da minha mãe que anseia ser avó, poderia já ser uma dessas supostas fortalezas contra o medo, interrogo-me: onde se escondem os pais quando são atingidos pelo medo?
Porque inevitavelmente o medo acaba sempre por nos apanhar distraídos. Como sempre ouvi dizer desde que era criança "quem tem cú, tem medo", e os nossos traseiros só vão ganhando imponência com a idade.

Que devemos então fazer para combater os nossos receios? Muita gente vai ao psicólogo. Eu estou a considerar seriamente uma lipoaspiração!

domingo, 29 de junho de 2008

Num mar de pedras...

Decidi juntar 100 pedras polidas pelo mar...

Ontem comecei a procurá-las, perto do Sr. da Pedra (pareceu-me apropriado), em Miramar.
A princípio não foi tarefa fácil... Os olhos perdem-se no mar de pedras que este constantemente rejeita. Parece impossível escolher uma, que seja de entre tantas. Mas aos poucos os nossos olhos vão-se fixando nesta ou naquela. Às vezes vemos uma de relance, mas logo se perde no meio de todas as outras... Escolhi estas onze



Sei lá quantas deixei escapar...

segunda-feira, 16 de junho de 2008

Amor de pêlo...

Marquês,
Boneca,
Boneca,
Pinóquio,
Alf,
Diana,
Diana,
Sissi,
Heidi,
Freud,
Shaghy,
Shaghy,
João,
Joana,
Sissi,
João,
Platão,
Ícaro,
Pandora,
Mia,
Matisse,
Frida,
Platão...

domingo, 15 de junho de 2008

quarta-feira, 11 de junho de 2008

O primeiro milho...

Jogar cartas com o meu pai é um dos meus (e seus) passatempos preferidos! Especialmente porque ele facilmente se abespinha quando perde as primeiras partidas... Mas muitas vezes acaba por dizer uma frase que muitos deveriam guardar sempre num cantinho especial da memória e que é "O primeiro milho é para os pardais"... O primeiro, que cai no chão e não amadurece completamente no aconchego da espiga! Aquele que não vai chegar à desfolhada, que não vai ser rei e provocar beijos, que não vai ser malhado ou entrançado...

Hoje é o primeiro dia dos meus 32 aninhos e creio sinceramente que "O primeiro milho é para os pardais"!!!

terça-feira, 10 de junho de 2008

Génesis...

E ao oitavo dia, Deus acordou de um grande e merecido sono reparador e olhou para tudo o que tinha criado... E foi então que criou os barbitúricos!

segunda-feira, 9 de junho de 2008

Lago dos Cisnes...


Existe um verdadeiro "Lago dos Cisnes" em Kensington Gardens... Um lago onde princesas capturadas num feitiço dançam sobre a água "arabesques" perfeitos... Estive lá no outro dia a falar com uma delas, apesar de crer que não me tenha entendido, à conta de não conhecer muitos cisnes que falem português!

Surpreendem-se sempre os seus movimentos graciosos, tanto na água como no céu, mas não em terra firme... Talvez não sejam assim tão diferentes de nós, que tantas vezes andamos pesadamente, quando podíamos voar, deslizar, ou mergulhar! Afinal, o que pode impedir um cisne de voar? Falta de asas, de espaço, de ar? Perguntei-lhe, mas não obtive resposta...

"Wheat Field with Cypresses"


Sempre que estou em Londres vou visitar os meus quadros preferidos. Um deles é este Van Gogh, cujo movimento me deixa sempre (como diz um amigo meu) "abazurdida"!

A poucos metros deste quadro pode ver-se uma das cópias dos famosos "Girasóis", que, por ser uma das pinturas em "Destaque", tem sempre um amontoado de gente à sua volta. Por isso é sempre tão fácil olhar para o meu "Campo de Trigo com Ciprestes", ali mesmo ao lado. Tão bem posicionado, que não pode escapar a um olhar mais atento e suficientemente distante para poder ser apreciado à vontade...

E reparo sempre em mais um pequeno detalhe de cada vez que o observo...

quarta-feira, 28 de maio de 2008

Ou então, que se desvie...

"Se um homem escreve bem só quando está bêbado, dir-lhe-ei: embebede-se. E se ele me disser que o seu fígado sofre com isso respondo: o que é o seu fígado? É uma coisa morta que vive enquanto você vive, e os poemas que escrever vivem sem enquanto."

Bernardo Soares

domingo, 20 de abril de 2008

segunda-feira, 7 de abril de 2008

E se nos saísse a sorte grande...

Na minha família, a única pessoa que conhece a sensação de ganhar a sorte grande é a minha mãe.
Tudo aconteceu no dia que ficou conhecido para nós como: "o dia em que a mãe ganhou um jackpot do totoloto".

Na semana em questão havia um jackpot milionário no totoloto e, como sempre, o meu pai tentou a sua sorte. Na altura em que foram sorteados os números, o meu pai apercebeu-se de que tinha deixado um quadrado da grelha por preencher. Logo se formulou na sua cabecinha o dito plano: preencheu o quadrado em questão com a chave vencedora e toca a convencer a nossa mãe de que éramos milionários... E logo entramos todos na brincadeira (excepto o Manel que era ainda muito pequeno para perceber o que se passava), e depressa surgiram desejos, planos, projectos, sonhos... Que terminaram no dia seguinte quando pai soube que a mãe andava a espalhar a história pelos vizinhos e decidiu por tudo em pratos limpos. Que desilusão para ela... e para nós, que há conta da brincadeira, fomos castigados no almoço de domingo!!!

Estes anos todos passados recordamos de tempos a tempos o dia em que a mãe soube o que era ser rica... E no que teríamos sido se tudo fosse mais do que uma brincadeira... Poderíamos nós os três manos ser mais irmãos? Poderiam os meus pais, com todas as suas rabugices, gostar mais um do outro e de nós... e nós deles? Será que teríamos feito este mesmo precurso, com todas as suas dificuldades, mas sempre com uma grande consciência do valor das coisas... e das pessoas? Seriam os almoços de domingo ainda mais caoticamente divertidos? A verdade é que, sem jackpot (ou com ele), estamos todos atados por um nó de marinheiro! A verdade é que, passados todos estes anos, revendo aquilo que somos e o que temos, não acho mais que a mãe foi a única a ganhar a sorte grande...

E aquela pescada cozida, comida a custo naquele almoço de domingo, há mais de vinte anos atrás, ganha um gostinho especial... a riqueza!!!

sábado, 29 de março de 2008

sexta-feira, 28 de março de 2008

terça-feira, 18 de março de 2008

segunda-feira, 17 de março de 2008

domingo, 9 de março de 2008

terça-feira, 4 de março de 2008

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

E depois das passas... as pinhas... e um gato morto...

Quando o meu pai quer mostrar desagrado em relação a uma qualquer acção (menos feliz) da nossa parte costuma dizer "andavas tão bem às pinhas!". Se o desagrado foi maior ainda acrescenta um "com um saco roto". E devo dizer que a imagem funciona às mil maravilhas. É que, é preciso fazer muita asneira para que não nos encontrem outra ocupação que não a apanhar pinhas. E ainda por cima com um saco roto, para garantir que temos ocupação para muito tempo, poupando assim o mundo da nossa estupidez!!! Pior do que isso só mesmo "levar com um gato morto na cara até o gato miar, para ver se ganhamos juízo". Qualquer um dos cenários revela um estado de total descrença de que algum dia sejamos úteis, ou tenhamos conserto!

Ainda assim que sejam as pinhas... E se saco não tiver buracos, melhor! Assim sempre juntamos lenha para nos aquecer. É que isto de ser estúpido ainda se suporta mas passar frio é que não!

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

E eu a vê-los passar...

Sempre que o meu pai acha que tomamos uma decisão desprovida de senso diz-nos: "andas na vida por ver andar os comboios". O que basicamente siginifica que não pensamos muito pela nossa cabeça e que andamos um bocadinho "ao sabor do vento". Eu compreendo o meu pai e sou totalmente a favor da individualidade de ideias. Até porque, se pensarmos bem na quantidade de linhas de caminho de ferro que cruzam o nosso mundo, para onde vamos nós se nos limitarmos a seguir os comboios? Será que hoje vou até Santa Apolónia, ou saio em Santarém? Vou até Matosinhos ou até à Régua? Já passou o comboio para Guimarães? E quando será que chega finalmente o TGV, para ver se isto anima?

E que tal se ficar na plataforma a vê-los passar?

segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

Louvada seja a fartura que a fome ninguém a atura…

Ultimamente tenho vivido bons momentos. Daqueles momentos que nos fazem sentir vivos, com uma genica e alegria pulsante. Tenho amigos que estão, pelo contrário, numa má fase e tento falar com eles, convencendo-os que é só um instante mau e que as coisas vão melhorar. Para dizer a verdade nunca me senti verdadeiramente em baixo. Acho que não faz parte da minha natureza deixar-me abater por situações menos boas. Nessas alturas penso sempre numa frase que ouvia quando era mais novo: não há fome que sempre dure nem fartura que nunca acabe. Sei que os bons momentos que vivo agora podem eventualmente acabar, mas tenho também a certeza que a fome não dura para sempre.

quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

Código DaVegetal

Depois de grande insistência do público em geral, e dos meus manos em particular ( Sandra e Paulo), venho finalmente aqui a este lúdico espaço, fazer a minha contribuição como cronista das aventuras e desventuras desta minha disfuncional mas divertida família.
Os nossos pais são da aldeia, tendo desta forma desenvolvido um gosto pela agricultura e em especial pelo mundo dos vegetais, tanto que acabaram por desenvolver uma espécie de código em que substituem uma determinada palavra (a qual não é nada religiosa), por outra do mundo vegetal e afins, (visto que agora a roda dos alimentos já não é o que era). Desta forma sempre que os animais ou, até pior nós, a azucrinávamos, ela ameaçava-nos as partes com que se fazem os filhinhos, dizendo que nos dava um pontapé na ceira dos figos. Já o meu pai à uns tempos atrás, fez referência a uma jovem adulta, e à sua suposta vontade de mostrar o Grelo.
Pode não parecer, mas esta conversa toda é bastante lúdica tanto para a minha alimentação como para a minha vida privada, pois assim fiquei a saber que devo sempre lavar a fruta, e que nunca devo comer vegetais azedos ou que foram comidos pelo bicho, e principalmente e acima de tudo, quando a fruta está podre o melhor é deitar fora, ou não nos vá fazer mal.

quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

Sobre passas e buliços...

Este ano não comecei o ano com as tradicionais doze passas que costumeiramente acompanham as doze primeiras badaladas do novo ano. Após uma cuidada apreciação do ano findouro cheguei à conclusão que a única coisa que resultou das passas de 2007 foram graínhas nos intervalos dos dentes. Aliás, em relação a 2007, como costuma dizer a minha mãe "Deus o veja ir com as perninhas a bulir"! A bem da verdade de que adiantam as pobres passas se depois recebemos quinhentos emails ao longo ano, que nos prometem fortuna ou infortúnio, dependendo de nos decidirmos ou não a importunar os nossos amigos ou conhecidos com uma mensagem que anda a correr o mundo há décadas. E aí coloca-se a questão, quiçá das nossas vidas, arriscamos perder o emprego, o amor, a fortuna, ou até mesmo uma perna, ou arriscamos perder os amigos, que à custa de tantas mensagens inúteis e portadoras de infortúnios, a páginas tantas, nos riscam da agenda? Eu cá por mim, fico com os amigos, que esses são certinhos!

E quanto às mensagens milagrosas que correm o mundo, essas sim, Deus as veja ir com as perninhas a bulir!!!