terça-feira, 8 de setembro de 2009

Teoria da relatividade...

Lembrei-me de uma canção de quando era pequena, que cantava o refrão "dez anos é muito tempo"...
E mesmo não querendo contrariar a objectividade de tal afirmação, pus-me a pensar na relatividade do tamanho do tempo. De como os dias rastejavam quando eu era pequena e de como voam agora. De como certas tardes duram um segundo, e outras duram uma vida. E de como certos acontecimentos permanecem frescos na nossa memória, enquanto outros se perdem com o passar do tempo, seja pouco ou muito.

Como se o tempo se emaranhasse na palma da nossa mão, como um fio de lã, tornando próximos, momentos de outra forma distantes... Talvez seja isso que aconteça com a nossa memória. Talvez tenhamos demasiados nós dentro da cabeça...

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Será Camões?

Um dos primeiros poemas que aprendi na vida foi-me ensinado pelo meu pai e diz o seguinte:

"Estava eu sentado num banco de pedra feito de madeira,
a ler à luz de uma vela apagada,
quando de repente percebi que mais vale morrer do que perder a vida!"

Confesso que quando era pequena apenas conseguia ver os paradoxos tão aparentes do poema. No entanto fui envelhecendo, instruindo na arte da metaforização, fiz até um curso de escrita criativa... e de repente os paradoxos deixaram de ser...

Pois os bancos de madeira podem ser de pedra e vice-versa...
A luz pode estar apagada e do escuro pode sempre surgir luz...
E mais do que tudo o resto, perdemos a vida todos os dias sem morrer e, se tivermos muita, muita sorte, poderemos morrer sem ter perdido a vida!