sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Será Camões?

Um dos primeiros poemas que aprendi na vida foi-me ensinado pelo meu pai e diz o seguinte:

"Estava eu sentado num banco de pedra feito de madeira,
a ler à luz de uma vela apagada,
quando de repente percebi que mais vale morrer do que perder a vida!"

Confesso que quando era pequena apenas conseguia ver os paradoxos tão aparentes do poema. No entanto fui envelhecendo, instruindo na arte da metaforização, fiz até um curso de escrita criativa... e de repente os paradoxos deixaram de ser...

Pois os bancos de madeira podem ser de pedra e vice-versa...
A luz pode estar apagada e do escuro pode sempre surgir luz...
E mais do que tudo o resto, perdemos a vida todos os dias sem morrer e, se tivermos muita, muita sorte, poderemos morrer sem ter perdido a vida!