terça-feira, 27 de novembro de 2007

O meu fígado não se desvia...

O meu fígado não se desvia. O bandido é mais estático que a Alberta Marques Fernandes a ler o telejornal. Eu bem o tentei ensinar, mas não há maneira de ele aprender. Sempre que eu tomo um copito a mais ele teima em permanecer no local, tal como um comandante que se aguenta na proa enquanto o navio se afunda, impassível perante a possibilidade de ficar encharcado. Que maravilhoso seria se o meu fígado se pudesse desviar dos canecos que eu emborco como o Super-homem se desvia das balas. Mas ao contrário do meu pai que já domina essa técnica de desviar o fígado eu ainda não cheguei lá. Ou será que o meu fígado até me ouve mas não quer obedecer? Será que está farto do trabalho extra que eu lhe imponho a horas completamente despropositadas?
Aposto que já foi ao sindicato das vísceras queixar-se das condições de trabalho. O meu receio é que um dia esteja calmamente em casa a apreciar uma cervejola fresquinha e receba uma carta do tribunal do trabalho a obrigar-me a ir ao hospital mais próximo já que o meu fígado exprimiu o desejo de ser transplantado para um local onde seja mais feliz. Acho que tenho de o tratar melhor. Mas só depois de Janeiro, porque as festas estão quase aí…

2 comentários:

Rui Gouveia disse...

Boa! :)
Muito divertido...

ana cristina disse...

Pois! Os copos é que te vão estragar! :)